Grande São Paulo segue no escuro: 1,3 milhão de imóveis ainda sem luz após tempestade histórica.
- Vozes de Brasília

- há 3 dias
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São Paulo — A Grande São Paulo enfrenta uma das maiores crises de fornecimento de energia elétrica dos últimos anos. Depois da passagem de um ciclone extratropical que trouxe ventos de até 98 km/h à região na última quarta-feira (10), mais de 1,3 milhão de imóveis continuavam sem eletricidade às 19h desta quinta-feira (11), sem previsão clara de retorno integral dos serviços, segundo balanço divulgado pela concessionária Enel e confirmado por fontes oficiais.
Os impactos do vendaval
A tempestade derrubou árvores e estruturas, causando danos severos à rede elétrica em diversos bairros de São Paulo e cidades metropolitanas. A Enel informou que cerca de 15% de seus clientes na região ainda estão sem luz, um índice que reflete a dificuldade de reconstrução das linhas e equipamentos afetados.
O fenômeno meteorológico também gerou interrupções em outras áreas de serviços essenciais:
Abastecimento de água: a falta de energia comprometeu o bombeamento em algumas áreas atendidas pela Sabesp, levando à queda no fornecimento em bairros adjacentes.
Transporte aéreo: aeroportos da capital tiveram dezenas de voos cancelados ou remanejados, especialmente no Aeroporto de Congonhas, que confirmou dezenas de chegadas e partidas canceladas na quinta-feira.
Infraestrutura urbana: quedas de árvores também geraram bloqueios de vias e acionamentos frequentes do Corpo de Bombeiros.
Sem prazo definido para normalização
Ao contrário de crises anteriores, a Enel ainda não apresentou um cronograma definitivo para a restauração completa do serviço, limitando-se a afirmar que suas equipes seguem trabalhando para reparar os danos. Muitos moradores relataram na noite de quinta-feira que ainda permaneciam sem luz após várias horas.
Em algumas regiões, como **Moema — zona leste da capital — clientes afirmam que a previsão inicial de retorno do fornecimento é sábado (13), mas reforçam que a data pode ser revista conforme os trabalhos em campo avançam.
Repercussão pública e política
O apagão reacendeu críticas à concessionária italiana e às autoridades locais. Moradores expressaram frustração com a falta de clareza sobre os prazos e a aparente lentidão da resposta das equipes em áreas mais afetadas. Nas redes sociais, debates e reclamações cresceram ao longo da noite.
Especialistas também alertam para a necessidade de investimentos em infraestrutura mais resiliente diante de eventos climáticos extremos, que têm se tornado mais frequentes. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve solicitar explicações formais à Enel sobre as medidas que serão tomadas para reduzir a vulnerabilidade do sistema.
Vida cotidiana em pausa
Para muitos moradores da capital e dos municípios vizinhos, a falta de energia elétrica implicou reorganização da rotina: alguns buscaram pontos com internet e energia estáveis, como cafés e shoppings, para trabalhar ou carregar aparelhos. Famílias relataram dificuldades sobretudo em regiões onde o calor e a umidade relativa do ar ainda permaneciam altas, agravando o desconforto.



